sexta-feira, 30 de novembro de 2007

War in Rio


Galera, Depois da polêmica trazida pelo filme Tropa de Elite, que desnudou a violência das favelas do Rio e a hipocrisia da sociedade mais abastada, surge agora, talvez inspirado nessa doideira que é nossa cidade, o jogo WAR IN RIO.
O joguinho de tabuleiro, plágio do bom e velho War, deixa pra trás os velhos exércitos coloridos e nos oferece desde o BOPE, passando pelas milícias, até as facções criminosas que dominam as favelas cariocas.

Esse jogo, do designer Fábio Lopez, já se intitula uma piada de mau gosto, mas também um manifesto (???). Mas um manifesto a quê? Responda você mesmo. Talvez seja uma boa jogada de marketing do cara, que já deu supercerto. Tive conhecimento do joguinho, nada mais nada menos, pelo jornal O Globo. O jornal trazia as declarações do Secretário de Segurança do Rio e do Secretário Nacional de Segurança. Ambos diziam que o jogo é de extremo mal-gosto, que incita a violência e coisa e tal. Será que eles já jogaram?
No blog do cara, mostra um dos objetivos, que é "conquistar 24 favelas à sua escolha". Mas será que isso será uma apologia ao crime? Para mim depende. Se você estiver jogando com a PM ou o BOPE, conquistar as 24 favelas será tirar a bandidagem e levar o Estado pra lá (em tese, gente, é claro) - e isso não seria apologia ao crime. Agora, se você jogar com qualquer dos outros "exércitos" (CV, TC, ADA ou Milícia), conquistar as 24 favelas é, realmente, uma apologia ao crime (mais uma vez, em tese, gente, em tese).
Mas se formos pensar em apologia à violência, nenhum desenho japonês vai poder passar na tv. Desde que me entendo por gente, lá dos idos do Spectroman, de Ultraman e do Pirata do Espaço, nossos heróis matavam todo mundo. E os heróis de agora continuam. Se não é matando, metem a porrada (literalmente) em todo mundo. Até aquelas menininhas superpoderosas enchem a cara dos vilões de porrada e ninguém reclama.

A polêmica em torno do filme e do jogo é outra, é política. Ficar mostrando a toda hora, principalmente no caso do filme (pois quase todo mundo tem uma cópia pirata-EU NÃO), toda as mazelas de nossa cidade tão maravilhosa, não faz bem para os governantes de plantão.

Enfim (fim mesmo, já escrevi demais), viva a perpicácia e o instinto marqueteiro (olhei no Aurélio) do tal do Fábio. Ficou conhecido rapidinho com toda essa história.

Entrem no blog do jogo: War in Rio.

Abs,

DV